Setor
está em crescimento e gera milhares de empregos mesmo para aqueles que não possuem
curso superior
Por: Bruna Ferreira
O que existe de comum entre a mulher
sofisticada com alto poder econômico e a moradora de um bairro simples da
cidade? Além delas serem mães, esposas, donas-de-casa, há outra característica
que as aproximam e que ganham cada vez mais importância no mundo moderno: o
poder da imagem, da beleza externa, da estética. O cuidado com o corpo, o
cabelo, a pele, a vontade de ficar mais bonita e desejada, mostra uma mudança
de comportamento percebida principalmente por alguns setores da economia.
A indústria da beleza tem investido muito
para o acesso de todas as classes sociais. Hoje, qualquer pessoa é possível
cuidar da aparência física sem precisar gastar muito dinheiro devido às
facilidades que o mercado tem proporcionado. Mas é preciso ficar atento à
qualidade do trabalho.
O
Brasil é o terceiro maior consumidor de produtos de higiene e beleza, ficando atrás
apenas dos Estados Unidos e do Japão. De acordo com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), nos últimos seis anos, o mercado de
cosméticos no Brasil faturou R$13,1 bilhões. O setor cresce em um ritmo mais acelerado do que o PIB
brasileiro.
Setor em expansão
Em
Fernandópolis esse mercado está em
alta. São muitos salões de beleza, lojas de cosméticos e
clínicas de estética espalhadas pelo centro e bairros da cidade.
As
mulheres ainda são a maioria da clientela, mas segundo Sueli Gonçalves proprietária
da loja de produtos de beleza Difafá, o crescimento na linha de cosméticos para os homens e para crianças é
significativo. “De uns dez pra cá, houve um crescimento mais que dobrado no faturamento,
há muita novidade infantil, como esmaltes”, ressalta.
Umas das estratégias que os empresários
desse ramo encontram para atrair mais clientes é o treinamento dos funcionários.
“Nossas vendedoras são preparadas, treinadas pela própria indústria das marcas
para chegar até o cliente bem orientadas”, explica Sueli.
O
mercado da beleza tem apostado também na variedade dos produtos. “Nós temos uma
quantidade de clientes bem diversificada, atendemos desde o senhor mais simples
até o mais sofisticado. Nós temos clientes que gastam em torno de R$300 no mês,
outros que gastam R$200, R$100. Depende muito da condição financeira da
pessoa”, complementa Sueli.
Os salões de beleza também lucram muito
com esse crescimento significativo da indústria. A cada ano, surgem dezenas
desse tipo de estabelecimento em Fernandópolis e região. Um crescimento que
preocupa os profissionais mais capacitados do setor, mas que traz oportunidades
de empregos que ajudam na renda de muitas famílias.
Rosicler
Ferreira Lopes Artilha, proprietária do Espaço Feminino, um salão localizado há
cinco anos em um bairro simples na cidade de Jales, conta que trabalha há oito
anos no ramo da beleza e tem clientes fixas desde que fazia depilação em outro
estabelecimento.
O cliente procura por qualidade e preço
bom e muitas vezes segue os profissionais para onde eles vão, uma
característica de fidelidade. “Tenho clientes fixas que gastam aproximadamente R$150
por mês, muitas vezes a pessoa vem até o salão para fazer apenas uma escova e
sempre acaba fazendo outra coisa, como unha ou depilação”, afirma Rosicler.
O lucro com um salão de beleza é
relativamente bom, mas os gastos com os produtos são altos. Um profissional da
beleza pode ter uma renda mensal entre muito boa, dependendo da variedade de
produtos e serviços e da localização do estabelecimento.
Hoje existem cabeleireiros que não têm
curso superior e faturam mais do que as pessoas cursaram uma faculdade. Essa é
uma característica que mostra nitidamente que a indústria da beleza está em expansão
e cria vagas em diversos setores, com profissionais de todas as qualificações.